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Sinpro Minas promove Seminário Jurídico Sindical

23 de novembro de 2009

Em parceria com a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MG), o Sinpro Minas promoveu um Seminário Jurídico Sindical, no dia 20 de novembro. O encontro buscou aproximar a Escola Judicial do movimento sindical, por meio da discussão de temas do mundo do trabalho. O evento contou com a participação de dirigentes sindicais, professores, juízes, advogados e do desembargador do TRT/MG Márcio Túlio Viana.

Para alimentar a discussão sobre trabalho, foi exibido o filme Daens – Um Grito de Justiça, dirigido por Stijn Coninx. A trama narra a história do padre belga Adolf Daens (Jan Decleir), um pioneiro na luta pelos direitos dos trabalhadores em seu país na virada do século XIX. Nessa época, as tecelagens do norte da Bélgica decidiram substituir os operários por mulheres e crianças, a quem pagavam salários menores.

Dessa maneira, as fábricas reduziam os custos e enfrentavam a concorrência da indústria inglesa. Impressionado pela miséria que presencia, o religioso lidera um movimento de protesto. Após a exibição, foi iniciado um debate, que contou com a participação da platéia.

Ao comentar o filme, a diretora do Sinpro Minas Celina Arêas disse que o mundo do trabalho passou por inúmeras transformações ao longo dos anos, e hoje os mecanismos de controle social são mais elaborados. Celina aponta que a lógica da exploração continua a mesma e ressalta que a luta sindical deve se pautar também na atualização constante das formas de mobilização sindical.

“Os patrões tentam conquistar a consciência dos trabalhadores e convencê-los a ‘vestir a camisa’ da empresa, com a alegação de que se a empresa cresce o trabalhador também poderá crescer. Sabemos que isso é uma grande mentira, pois o patrão terá sempre o lucro como prioridade”, enfatizou Celina Arêas. 

O desembargador Macio Túlio Viana, que conduziu a mesa de debates, levantou alguns pontos importantes para a ligação entre o mundo do trabalho do presente e do passado. Para o desembargador, o aparecimento de novas classes sociais e o surgimento dos movimentos sociais organizados foram alguns dos acontecimentos mais importantes daquela época.

“O excesso de mão-de-obra, as péssimas condições de trabalho e a exploração do trabalho infantil e das mulheres, temas abordados no filme, foram alguns dos fatores que culminaram na criação do Direito do Trabalho e por isso aquele momento se torna histórico”, salienta o desembargador.

Ao fazer suas considerações sobre o filme, José Maria de Almeida, presidente da Conlutas, informou aos participantes que um bilhão de pessoas passam fome no mundo todo os dias. Segundo ele, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou há algum tempo um fundo para acabar com a fome e, para isso, precisaria angariar cerca de 30 bilhões de dólares anuais. José Maria afirmou ainda que, com a chegada da crise financeira mundial, em 2008, foram injetados cerca de 24 trilhões de dólares pelos EUA e outros países europeus, entre setembro e dezembro, para salvar empresas e grandes bancos. “Só no Brasil, 400 bilhões de reais foram gastos para amenizar a crise do capitalismo. A situação é grave e tende a piorar, pois os operadores do sistema capitalista farão o que for preciso para mantê-lo em funcionamento, reduzindo custos e explorando cada vez mais o trabalhador”, comenta José Maria.

O advogado Elmindo de Rezende disse que a aproximação entre sindicalistas, desembargadores, juízes e advogados contribui para um melhor entendimento da realidade do trabalhador brasileiro por todas as partes. Para ele, o diálogo entre as categorias deve ser constante e a atuação do Sinpro Minas nessa articulação é essencial.

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