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Só uma em cada dez universidades privadas ganha nota alta do MEC

8 de agosto de 2008

A maior concentração de cursos que obtiveram as notas mais altas no Exame Nacional de Desempenho (Enade) no ano passado está nas universidades e faculdades públicas. Segundo os dados divulgados nessa quarta-feira (6) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 44,3% dos cursos de instituições públicas ficaram com notas 4 e 5 e 13,5% receberam 1 e 2 no item chamado conceito Enade. Entre as instituições privadas, 11,6% obtiveram as duas notas mais altas e 24,9% ficaram com as notas mais baixas. O conceito Enade, cujas notas variam de 1 a 5, avalia o desempenho dos formandos e dos calouros.

Em Minas, a situação também não é boa. Dos 586 cursos analisados, 283 obtiveram conceitos três, quatro ou cinco e, por isso, estarão livres de qualquer inspeção. Porém, os demais 303 cursos (52%) vão ser inspecionados por especialistas do Inep. Desse total, 70 obtiveram as menores notas do Enade – um e dois – e os 233 cursos restantes nem sequer ganharam notas. Foram avaliados como “sem conceito” e, por isso, vão passar ainda pela supervisão da Secretaria Superior de Educação (Sesu). As instituições desses 303 cursos terão prazo de um ano, a partir da inspeção, para sanar as deficiências apontadas pelos avaliadores do Inep. Para isso, vão assinar um termo de compromisso. Se os problemas não forem resolvidos, o MEC abrirá processo administrativo contra a instituição de ensino e o curso poderá ser fechado.    Entre os cursos “sem conceito” das instituições privadas estão os de Agronomia da Unipac (campi Bom Despacho, Teófilo Otoni e Uberlândia), de Biomedicina do Centro Universitário do Sul de Minas (Varginha), da Faculdade Cidade de Patos de Minas e das Faculdades Integradas Pitágoras (Montes Claros) e de Odontologia da Unincor (Betim). O curso de Farmácia da Facibios (Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde) em Montes Claros – pertencente ao grupo Soebras – e da Facisa, em Viçosa, também ficou “sem conceito”.   Já entre os que receberam a nota dois, também das instituições privadas, estão os de Agronomia da Univale (Governador Valadares) e os de Biomedicina e Tecnologia em Radiologia da Unifenas (dos campi de Belo Horizonte, Divinópolis e Varginha). Os cursos de Odontologia e de Biomedicina do Instituto de Ciências da Saúde (Montes Claros) – também do grupo Soebras – também obtiveram nota dois no Enade.  

“Uma breve avaliação da lista nos mostra que as piores notas foram em cursos de instituições privadas. Esse resultado corrobora, na verdade, o que estamos denunciando há mais tempo, isto é, que a mercantilização da educação leva a uma queda na qualidade do ensino. Várias dessas instituições, entre elas a Unipac e as do grupo Soebras, são bastante conhecidas aqui em Minas por desrespeitar sistematicamente os direitos dos professores e oferecer péssimas condições de trabalho. Assim, o resultado não poderia ser outro. Pretendemos fazer, a partir dos dados do Enade, um levantamento mais detalhado, com o objetivo de mostrar o que essas instituições de ensino vêm fazendo com a educação no estado”, disse o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis.

O exameRealizado em todo o país, o Enade mediu a qualidade de 3.248 cursos em 16 áreas: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia.

A cada ano, diferentes cursos são escolhidos para a avaliação. Em 2008, serão avaliados os cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química. Também entram na lista os cursos superiores de tecnologia em: construção de edifícios, alimentos, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental.

O exame foi criado em 2004 para avaliar a qualidade dos cursos e instituições de ensino superior em todo o Brasil e o grau de aprendizado dos estudantes. As provas incluem questões de formação geral e de conteúdos específicos. 

Com informações do Inep, da Agência Brasil e do Portal Uai

Clique aqui e confira os dados do Enade

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