Os professores da rede particular de ensino da região do Triângulo Mineiro estão unidos em busca de melhores condições de trabalho e salário digno. No dia 14 de abril, às 9 horas, haverá assembleias nas regionais do Sinpro Minas em  Uberlândia (rua Olegário Maciel, 1212 – Centro),  e Uberaba (Rua Alfen Paixão, 105 – Mercês), para avaliar os rumos do movimento.Na campanha reivindicatória deste ano, que tem como slogan “Valorização começa com ganho real”, as cláusulas econômicas e sociais da Convenção Coletiva de Trabalho precisam ser renovadas. Uma das principais reivindicações é o aumento real de salário. O índice reivindicado, em torno de 14%, engloba a inflação acumulada desde a última data-base (INPC), 5% de produtividade e a variação do PIB.

Como o reajuste das mensalidades foi bem acima da inflação, o setor privado de ensino, em plena expansão, tem condições de atender as reivindicações, que representam a valorização dos professores e contribuem para a qualidade da educação. É chegado o momento das escolas reconhecerem o valor do trabalho dos professores, fator essencial para o bom funcionamento das instituições.

Outra reivindicação é a mudança da data-base para 1º de abril, como na região do Sinep/MG, onde a categoria conquistou vitórias na greve realizada no ano passado. Hoje a realidade dos professores das séries iniciais é de baixos salários e desvalorização. Os professores também reivindicam a isonomia salarial na educação básica. Reivindicar a melhoria salarial representa a preocupação da categoria com a qualidade do ensino, pois, uma educação de qualidade somente é possível em um ambiente onde todos os profissionais sejam valorizados, com condições dignas para exercer o seu trabalho.Desde o início do ano, o Sinpro Minas tem realizado assembleias e reuniões com o patronal, mas a intransigência dos dirigentes do Sinepe/TM levou as negociações ao impasse e foi ajuizado o dissídio pelo Sinpro no Tribunal Regional do Trabalho. Na reunião realizada no dia 16/03, os dirigentes do sindicato dos professores reafirmaram que só voltam a negociar diante de uma contraproposta por escrito por parte do patronal.Para ampliar direitos e promover avanços, a categoria precisa se unir, dialogar e participar das atividades e assembleias convocadas pelo sindicato. Pois se depender do Sinepe/TM, a categoria irá acumular perdas.Há várias ações de cumprimento do Sinpro contra Instituições de Ensino Superior que diminuíram o adicional extraclasse de 20% para 10% (depois do período de vigência da CCT anterior), e que, ao contrário do que prometeram, não avançaram na discussão sobre a implementação do plano de cargos e salários dos docentes.

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Aumento das mensalidades justifica ganho real de salários

Conforme divulgou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), os índices de reajustes de mensalidades praticados por diversas instituições de ensino pelo país, em 2012, foram muito acima da inflação.Em Minas Gerais, pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que as instituições de ensino superior da região reajustaram os preços das mensalidades em até 32,64%, enquanto o acumulado de janeiro a novembro de 2011 do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para medir a inflação oficial do país, ficou em 5,97%. Na comparação com a fração do indicador cheio, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): de janeiro a dezembro do ano passado, o IPCA-15 fechou em 6,56%. Ao todo, foram pesquisados 69 cursos de 21 instituições de ensino superior, sendo que 43 deles apresentaram índices acima da inflação.O aumento das mensalidades denota o interesse das instituições de ensino em  aproveitar o bom momento da economia, utilizando essa estratégia para ampliar as margens de lucro. Uma prática que deixa ainda mais difícil de entender a resistência da classe patronal em valorizar quem trabalha, reajustando os salários dos professores e dos técnicos administrativos, com ganho real. É bom lembrar que esse descompasso entre os reajustes aplicados às mensalidades e aos salários é histórico. Não se restringe apenas a este ano.“Estamos vivendo um momento da economia brasileira que é privilegiado, um momento em que o ambiente econômico é favorável aos ganhos salariais”, lembra Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas. Estudos do Dieese mostram que o setor educacional tem acompanhado o crescimento da economia e os empresários do ensino estão se beneficiado disso para aumentar seus lucros. Os setores da economia que estão em crescimento repassam aos trabalhadores aumentos reais. Portanto, é justo que os professores recomponham o poder de compra dos seus salários, conforme a reivindicação da campanha reivindicatória deste ano, que tem como slogan “Valorização começa com ganho real”.