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Um passo histórico para a integração continental

2 de agosto de 2012

Entrada da Venezuela torna Mercosul a quinta maior economia do mundo. Presidentes do bloco exaltam o ingresso. Segundo Dilma, inicia-se uma nova etapa. “Considerando os 4 países mais ricos do mundo, EUA, China, Alemanha e Japão, o Mercosul somado é a 5° força”, destacou. Para Chávez, Venezuela tem sua maior oportunidade em 200 anos.Vinicius Mansur, da Agência Carta Maior

No exercício da presidência pro tempore do Mercosul até dezembro deste ano, coube ao Brasil coordenar a cúpula extraordinária do bloco, nesta terça-feira (31), que celebrou a entrada de seu quinto membro, a Venezuela. “Estamos conscientes que o Mercosul inicia uma nova etapa”, disse Dilma Rousseff.

A presidenta afirmou que a entrada venezuelana tem significado histórico por marcar a primeira ampliação do bloco desde a sua criação em 1991, por estendê-lo da Patagônia até o Caribe e por incrementar a economia do Mercosul. “Considerando os 4 países mais ricos do mundo, EUA, China, Alemanha e Japão, o Mercosul somado é a 5° força”, destacou.

De acordo com dados do Itamaraty, entre 2001 e 2010, o comércio da Venezuela com os países do Mercosul aumentou mais de 7 vezes, passando de cerca de US$ 1 bilhão para US$ 7,5 bilhões. Com a entrada do país caribenho, o Mercosul representatá 70% da população da América do Sul (270 milhões de habitantes), 83,2% de seu PIB (US$ 3,3 trilhões) e 72% de seu território (12,7 milhões de km²).

Para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a entrada de seu país no Mercosul o fazia recordar a primeira eleição de Lula à presidência do Brasil, pois ambos episódios “aceleraram a história” e marcaram um novo período de integração entre os países do continente. Em sua chegada a Brasília, inclusive, Chávez, havia afirmado que gostaria de ver o Mercosul englobando mais países, como Equador e Bolívia.

Do ponto de vista econômico, Chavéz disse que a entrada da Venezuela no Mercosul significa “a maior oportunidade histórica que em 2o0 anos apareceu no horizonte”, sobretudo para ajudá-los em um de seus grandes objetivos: diversificar o modelo econômico extremamente dependente do petróleo e “imposto durante todo o século XX”. “Não houve um só governo que tivesse pretendido de alguma maneira desenvolver um projeto nacional, independente, que não fosse derrubado. Todos foram, incluindo o nosso, só que por três dias, graças a resposta popular e das Forças Armadas”, sustentou.

Em um discurso profundo, o presidente do Uruguai, José Mujica, recordou a mentalidade colonial que orientou a política externa dos países da América do Sul durante séculos e a dívida social dela advinda. “Esse é o preço que pagamos ao longo de nossa história porque vivemos muito tempo olhando para o resto rico e sem olharmos entre nós”. Mas, chamou atenção para o momento especial vivido na região. ”Existe vontade política de integração, como nunca teve globalmente a América do Sul. Eu repito: como nunca teve! (…) E temos que ser conscientes: agora ou nunca!”, orientou.

Exemplificando a fala de Mujica, a presidenta argentina, Cristina Kirchner, recordou que em seu país um chanceler dizia “para que ser sócio dos pobres podendo ser sócio dos ricos?”. Para evitar retrocessos e para proteger-se da crise economia internacional, Cristina apontou como tarefa urgentea criação de instrumentos e instituições “que tornem indestrutíveis e indivisíveis esse novo pólo de poder” configurado no Mercosul.

ParaguaiDurante seu discurso na Cúpula, Dilma ratificou que a suspensão do Paraguai se deu exclusivamente pelo “compromisso inequívoco com a democracia” e que as possibilidades de retaliações econômicas que possam causar prejuízo ao povo paraguaio estão afastadas. A presidenta disse ainda que espera que o país normalize sua situação institucional interna para assim reaver seus direitos plenos.

AcordosAinda nessa terça-feira (31), alguns acordos bilaterais e negócios foram firmados. Entre eles está a venda de seis jatos modelo 190, por US$ 270 milhões, pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas (Conviasa). O contrato prevê ainda a opção de compra pela estatal venezuelana de mais 14 aeronaves, chegando a um preço total de US$ 900 milhões.

Já a Argentina assinou com a Venezuela um compromisso de aliança estratégica entre as petrolíferas YPF e PDVSA. Sem maiores detalhes, Chávez afirmou que o acordo permitirá a YPF explorar as jazidas venezuelanas da Faixa do Orinoco e permitir que a PDVSA continue com sua presença na Argentina.

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