A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil reafirmou nesta terça-feira (7) seu compromisso com a garantia dos direitos das mulheres e da população LGBT, posicionando-se de forma contrária a toda forma de discriminação e violação dos diretos humanos em qualquer circunstância e, em especial, em espaços educativos.
“As desigualdades de gênero, muitas vezes evidenciadas pela violência sexual de meninas, expõem a necessidade de salvaguardar marcos legais e políticos nacionais, assim como tratados internacionais, no que se refere à educação em sexualidade e de gênero no sistema de ensino do país”, diz comunicado da Unesco.
A entidade baseia-se nos alarmantes índices de violência contra as mulheres no país e em recentes acontecimentos com estupros coletivos, principalmente o ocorrido no Rio de Janeiro, no qual mais de 30 homens estupraram uma menina de 16 anos.
Por isso, para a Unesco no Brasil, é essencial aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero no país. “Aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade”.
Recentemente a nadadora Joanna Maranhão defendeu em entrevista à BBC Brasil a inclusão de educação sexual nos currículos escolares como forma de se coibir a pedofilia. Para ela, “É preciso ter uma educação sobre isso, sobre qual carinho pode, qual não pode, o que são certas coisas. É preciso falar disso na escola”. Joanna sofreu abuso sexual na infância e criou a ONG Infância Livre para combater essa prática.
Marilene Betros, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e secretária da Mulher da CTB-BA acredita que “a escola tem que ser plural. Precisa ter um olhar amplo sobre tudo o que acontece no Brasil e no mundo”. Por isso, “nós defendemos que a escola forme cidadãos e cidadãs plenamente, com uma pedagogia voltada para o respeito e para a igualdade”.
Porque isso, “orienta as crianças sobre algo que elas ainda não são capazes de entender sozinhas e, portanto, não sabem lidar”, afirma Isis Tavares, presidenta da CTB-AM. “Esse tipo de orientação para crianças e adolescentes nas escolas deve ser abordado com base na biologia e na psicologia, levando em conta a afetividade e questões sobre a cidadania, tudo de modo interligado para possibilitar o conhecimento pleno e sem tabus”, complementa.
“Isso se torna ainda mais importante uma vez que a educação é compreendida como processo de formar cidadãos que respeitem às várias dimensões humanas e sociais sem preconceitos e discriminações”, diz a Unesco.
A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, defende que a educação deva ser compreendida com uma área estratégica em qualquer país e, portanto, sirva para disseminar o saber, voltado para o respeito ao ser humano, às diferenças” e, assim, “combater todas as formas de violência, ódio e discriminação”.
Ela lembra inclusive que no ano passado o tema de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. O que provocou a fúria dos setores reacionários da sociedade, principalmente porque muitas meninas retrataram casos reais (leia aqui).
Em todos os seus documentos, a Unesco defende que “estratégias de educação em sexualidade e o ensino de gênero nas escolas é fundamental para que homens e mulheres, meninos e meninas tenham os mesmos direitos, para prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência, em especial a violência de gênero”.
Com diz, Ivânia Pereira, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CTB, “não existe sociedade democrática sem a participação efetiva das mulheres na construção de uma civilização que respeite os direitos de todos e todas dialogarem e se posicionarem sem medo de serem felizes”.
Fonte: portal CTB
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