As universidades brasileiras estão em colapso diante do corte de verbas imposto pelo teto de gastos do governo de Michel Temer. A maior parte das universidades tem orçamento só até setembro.
As instituições enfrentam sérias dificuldades para pagar os salários do profissionais e a manutenção das atividades e serviços. A maioria só tem orçamento até setembro. E o quadro de colapso se repete em outras universidades como é o caso da Universidade Estadual do Rio Janeiro (UERJ), que recebeu apenas 65% do orçamento previsto para 2016 e está com os salários dos servidores atrasados há quatro meses.
“O estrago é colossal”, aponta Paulo Machado Mors, presidente do Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul (ADUFRGS-Sindical), ao falar sobre a realidade vivida pelas universidades públicas e institutos federais.
Em entrevista ao Sul21, Mors, que é professor do Instituto de Física da UFRGS, assinala que essa situação faz parte de uma ofensiva mais ampla contra o Estado brasileiro. “No caso da educação, eu acredito que o grande objetivo é a privatização. Nunca antes na história deste país se estragou tanto em tão pouco tempo”, afirma Mors, alertando que o risco maior hoje recai sobre os institutos federais, que estão com a sua sobrevivência ameaçada.
A aprovação do teto de gastos pelo Congresso Nacional, em dezembro de 2016, estabeleceu um congelamento de investimentos por 20 anos. Mas em apenas seis meses, o estrago é fatal.
De acordo com o Ministério da Educação, o orçamento para 2017 era de R$ 35,7 bilhões, mas em março, o governo congelou R$ 4,3 bilhões, o que representa 12% do total. E a tesoura de Temer atingiu principalmente as despesas de custeio, que perderam 15% do orçamento inicial, e de capital (como a aquisição de equipamentos), com uma redução de 40%. Resultado: as universidades federais têm sofrido para pagar despesas como água, luz, segurança e limpeza.
A Universidade de Brasília (UnB), uma das mais importantes do país, tem um déficit acumulado de mais de R$ 100 milhões de reais no ano. e já de aviso prévio a cerca de 250 funcionários terceirizados. Segundo o sindicato da categoria, a força de trabalho terceirizada caiu quase que pela metade desde 2015.
Em Sergipe, diante de diversas especulações sobre uma possível suspensão das atividades neste segundo semestre, a UFS (Universidade Federal de Sergipe) emitiu nota negando que a instituição a suspensão, mas admite que só poderá encerrar o ano com as contas em dia se o “contingenciamento” acabar.
“Caso não haja liberação integral de 100% do limite orçamentário relativo a custeio, haverá, inevitavelmente, sérios problemas de execução de despesas de energia, bolsas, pessoal terceirizado (limpeza, segurança, apoio operacional etc)”, diz o comunicado.
A UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), no Rio Grande do Sul, demitiu cerca de 70 vigilantes no início do ano e suspendeu obras em andamento.
Os cortes atingem as pesquisa. Os 100 mil bolsistas do CNPq podem ficar sem receber já em setembro. Por meio de um comunicado, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) avisou seus bolsistas de iniciação científica que, se nada mudar, o pagamento de agosto será o último.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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