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Universidades no Brasil têm liberdade de pensamento ameaçada

20 de janeiro de 2020

Pela 1ª vez, Brasil aparece em relatório que monitora ataques a universidades no mundo. Com governo Temer e Bolsonaro, país é destaque negativo em documento internacional Free to Think, de rede ligada à Universidade de Nova York

As universidades públicas brasileiras continuam ganhando notoriedade, mas agora de forma negativa. Pela primeira vez, o Brasil é destaque em relatório internacional que monitora ataques ao ensino superior no mundo. Invasões policiais, proibições de aula, patrulhamento de professores, acusações mentirosas, violência, fim da autonomia universitária e nomeações políticas são alguns dos ataques elencados pelo documento Free to Think, ocorridos nos últimos dois anos, que levaram à inclusão do Brasil na lista de países que ameaçam as instituições de ensino superior.

O relatório, elaborado pela rede Scholars at Risk (SAR), ligada à Universidade de Nova York, dos Estados Unidos, abrange o período de setembro de 2018 a agosto de 2019. Ao todo, foram 324 ataques em 56 países, com destaque para Índia, Turquia, Sudão, China e Brasil.

Pesquisador em Direito Público pela Universidade de São Paulo (USP), Michel Lutaif lembra que o processo de ataques iniciado ainda no governo de Michel Temer (MDB) atinge seu ápice com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O relatório faz denúncias muito sérias, traz casos de cerceamento de liberdade acadêmica, ataque às instituições de ensino, às universidade e às escolas. E essas interferências decorrem de um desconhecimento das leis, do papel da educação em geral e da importância das universidades para a formação dos cidadãos”, avalia o pesquisador.

A diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Ísis Mustafá, também aponta o documento internacional como uma comprovação científica sobre o que os estudantes universitários vêm denunciando desde o início do governo Bolsonaro. Integrantes do primeiro escalão já acusaram instituições de fazerem”balbúrdia”, “produzirem maconha”, além de terem sido feitos cortes no orçamento.  Isso com a “implementação de um programa, através dos seus ministros da Educação, um pior que o outro, que elegeu a universidade, os estudantes e o conhecimento do nosso país como o principal inimigo de seu governo”, ressalta a dirigente.

Os dois entrevistados destacam que é fundamental lutar para a preservação da autonomia das universidades e da liberdade de cátedra e de expressão, do contrário, de acordo com eles, os ataques do governo Bolsonaro podem comprometer o futuro do país.

Fonte: Rede Brasil Atual | Foto: Gibran Mendes

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